A maior onda deste ano foi surfada por uma mulher. Maya Gabeira, a nossa maior referência feminina nas ondas gigantes, conseguiu bater o próprio recorde, dropando uma onda de 73,5 pés, o equivalente a 23,5 metros, em fevereiro desse ano, durante o Nazaré Tow Surfing Challenge, em Portugal. Você consegue imaginar a sensação de descer uma onda do tamanho de um prédio de 7 andares? Eu não! Rs A maior onda que já peguei com certeza não passava de 1 metro e meio.
Esta notícia foi divulgada ontem pela WSL, World Surf League, a Liga Mundial de Surfe. Então já não é novidade. Mas este blog é escrito por uma mulher e um dos objetivos dele é enaltecer a todas que estão representando o esporte feminino neste mundão afora. Eu fico arrepiada só de comentar esse feito da Maya com vocês, porque é algo realmente muito significativo para o surfe e para nós mulheres, que tanto lutamos para conquistar nosso espaço em ambientes predominantemente masculinos.
Em um comunidado da WSL, Maya comentou:
“Este recorde mundial realmente me parece bastante
surpreendente, porque o tamanho da onda era medido mais alto do que o tamanho
dos homens para o vencedor, então isso significa que uma mulher realmente pegou
a maior onda do ano no geral. (...) Isso para mim foi algo com que sonhei anos
atrás, mas não como algo realista. Não havia nenhuma representação para eu
acreditar que era possível, mas ver isso acontecer é incrível. Isso é visto
como um esporte extremamente dominado por homens, então ter uma mulher capaz de
representar isso é bastante raro. "
Maya disse ainda que se inspirou na surfista francesa Justine Dupont para continuar competindo nas ondas gigantes. Justine pegou, no mesmo dia que Maya, uma onda apenas 3 pés menor que a brasileira. Gabeira contou que estava pensando em se aposentar, mas que, ao ver a atleta francesa evoluindo, decidiu mudar de ideia.
Agora trazendo esse relato da Maya para a minha realidade, e a de tantas outras mulheres que assim como eu estão iniciando ou buscando evoluir no mundo do surfe, não é lindo demais ver que uma inspirou a outra a continuar na “batalha”? That’s what I’m talking, babe! Isso me inspira a continuar atraindo cada vez mais meninas e mulheres para o mar. A própria Maya disse que sentiu falta de representação feminina nessa modalidade. E apesar disso, apesar de parecer algo tão distante e inatingível, ela não se deixou abater. Foi lá, botou pra baixo, bateu recorde (de novo) e virou, ela mesma, a representação que tanto queria ver.
Manas (e manos também! Rs), que possamos nos inspirar no
exemplo de coragem, de persistência e de fé que é a Maya Gabeira. Se ela não
acreditasse que era possível, ela não teria conseguido. Assim como ela, seja
você um big rider ou não, acredite no seu potecial. Lute para se tornar a
referência que deseja ver no mundo.
4 respostas para “O novo recorde de Maya Gabeira: que lições podemos tirar disso”
Adoro seus textos!
Obrigada Jana! E eu adoro os seus!
Uallll, que matéria 😊👏👏👏
Obrigada Flavinha!!!