Eu achava que a medicina do esporte se destinava apenas aos atletas de alto rendimento. Depois de sofrer com algumas lesões no tornozelo, joelho e glúteo, mudei de opinião. Eu comecei a prestar mais atenção às especificidades do meu corpo e a pensar no que eu poderia fazer para reduzir ao máximo as chances de me lesionar.
Todos nós que praticamos atividades físicas com frequência
estamos sujeitos a entorses, tendinites entre outros problemas ósseos e
musculares. Ainda mais quem pratica esportes radicais. Mas eu aprendi que se eu
conhecer bem o meu corpo e trabalhar a flexibilidade, a estabilidade e o
fortalecimento de uma forma geral, consequentemente eu vou sentir menos dores e
poderei me machucar menos. Vou te explicar o porquê.
Eu, por exemplo, já perdi a conta de quantas vezes torci o
meu tornozelo esquerdo. Da última vez, rompi os ligamentos e fiquei mais de um
mês fazendo fisioterapia e afastada dos esportes que eu amo. O fato de eu
sempre torcer o mesmo lado, me explicaram os médicos e fisioterapeutas, não era
uma coincidência. O que ocorreu foi que eu não fazia um fortalecimento específico
para aquela região, que estava enfraquecida e sensibilizada desde a primeira
vez que virei o pé.
Eu tinha o que muitos chamam de “tornozelo bobo”, que vira à
toa. Eu morro de medo de virar o pé novamente e me machucar, porque eu sei o
prejuízo que isso causa à minha saúde mental. Fico muito mal quando não posso
praticar esportes como o surf e o skate. Fora os gastos com remédios, sessões
de fisioterapia e aquela botinha ortopédica que não orna com nada! Afff
Para evitar tudo isso comecei a caprichar em exercícios específicos,
que fortalecem toda aquela região. Aliás, não apenas aquela como os glúteos e o
joelho direito, que já passaram por lesões. Eu adquiri essa consciência, de que
preciso preparar o meu corpo e cuidar bem dele, porque eu tive profissionais
que me orientaram.
Para mim, essa história de “no pain, no gain” é #fakenews. Bom
mesmo é treinar sem dor! Em 2018 eu treinava corrida sentindo uma fisgada na
região do quadril. Houve quem me dissesse que “não era nada demais”. Resultado?
Tive que fazer fisioterapia, tomar remédios, fazer infiltração e muito repouso
pare me recuperar daquela “coisinha simples”. O único desconforto que me
permito sentir hoje é aquele que dá quando eu aumento a carga ou eu treino com
mais intensidade. Aí é bom demais. Agora, dor durante o exercício, jamais!
Depois de compartilhar com vocês um pouquinho da minha
experiência como “atleta da vida real”, que eu coloquei entre aspas, porque
isso não existe, é só uma forma de separar pessoas como eu dos atletas
profissionais, eu gostaria de falar sobre uma clínica muito bacana que acaba de
ser inaugurada no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo.
A Physical tem como principal objetivo atuar na prevenção de
dores e lesões em atletas amadores e de alto rendimento. O trabalho funciona da
seguinte forma: em uma primeira consulta o paciente passa por uma detalhada
avaliação física e o médico faz um levantamento completo do histórico de
doenças, cirurgias e hábitos alimentares. Com as informações em mãos, o
profissional elabora um plano de cuidados que vai variar de caso a caso, mas
pode incluir, por exemplo, a prescrição de treinos.
Eu tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a Physical.
Fui a convite do Dr. Uebert Alcântara, que é pós-graduado em Medicina do
Exercício e do Esporte pela Universidade Federal de São Paulo e um dos donos
da clínica.
Nessa minha primeira consulta, além de uma longa conversa eu
fiz alguns testes com aparelhos, cujos nomes vou ficar devendo para vocês, que
medem um monte de coisa no nosso corpo. O Uebert mapeou alguns problemas, que
eu nem sabia que tinha. Como uma diferença gritante na flexibilidade de um
tornozelo para o outro. Para a minha surpresa, o meu direito, que eu chamo de “tornozelo
bom” era justamente o que estava mais encurtado. Quando ele me disse isso, me
lembrei que surfando poucos dias atrás, eu senti uma fisgada nele. A luzinha
amarela do alerta já acendeu: preciso dar mais atenção também ao meu pé direito.
É claro que ele identificou uma porção de coisas nos meus
testes, mas não vou me alongar falando sobre isso aqui. O que eu quero passar
para vocês é que a medicina do esporte não precisa ser aplicada apenas em atletas
profissionais. Ela pode beneficiar e muito uma atleta amadora como eu. Os testes
me ajudaram a conhecer melhor o meu corpo e o plano de cuidados, que em breve
receberei do Dr. Uebert, vai me ajudar agir preventivamente, evitando dores
futuras e me possibilitando ter um melhor rendimento nas modalidades que eu
pratico.
Eu sei que tem muita gente que não prioriza a saúde. Gente
que gasta determinado valor em um bar ou comprando objetos supérfluos e não
acha caro. Mas quando precisa gastar a mesma quantia com a saúde acha um
desperdício de dinheiro. Não quero julgar ninguém, cada um é livre para fazer o
que quiser. No entanto, sempre que eu posso eu faço esse alerta, seja numa
conversa do dia a dia, seja aqui no blog: coloque a sua saúde em primeiro
lugar. Na minha opinião ela é o melhor investimento que podemos fazer.