Eu tinha uma viagem marcada para Porto Seguro (BA) no feriadão de 7 de setembro. Seria o casamento de dois grandes amigos, mas eles tiveram que adiar para 2021 por causa da pandemia. Eu e Marco optamos por manter a viagem, afinal quanto mais Bahia, melhor. Né, meu rei?
O casório seria em Arraial D’Ajuda, mas já que iremos lá no ano que vem, resolvemos mudar o roteiro. A minha vontade era ir até Itacaré. Mas era muito longe de Porto Seguro, então eu comecei a pesquisar se existia onda ali por perto mesmo. Acabei descobrindo que rolava um surf na praia de Itaquena em Trancoso.
Quem me deu a dica foi a minha amiga baiana e big rider Camille Landenberger. Nosso voo era pela Gol e como o meu namorado é passageiro frequente, não pagamos para despachar nossas pranchas. #FicaDica. Nos hospedamos no Trancoso House Hotel Boutique, que fica ao lado do Centro Histórico.
Para chegar à Itaquena levamos meia hora de carro. Colocamos o endereço no Waze e fomos parar dentro de uma propriedade particular. A nossa sorte foi que o morador era simpático e nos indicou o caminho correto. Se não fosse pela ajuda dele seria complicado achar, pois a estrada que vai para Itaquena é mal sinalizada.
Por conta do difícil acesso, pouca gente vai até lá. Tivemos que parar o carro a uns 300 metros da praia, exatamente onde a estrada de terra vira areia, para o veículo não atolar. A gente não se preocupou em olhar a previsão antes, porque iria curtir a praia de qualquer jeito. Para a nossa alegria, tinha onda!
Imagine uma praia enorme, deserta, com água verdinha, areia bem clara e fina e zero crowd (dentro e fora da água) em um fim de tarde com sol. Então, foi esse cenário que encontramos. Passamos parafa rapidão e caímos na água.
Eu sempre fico com um medinho quando entro num mar pela primeira vez, por não conhecer bem a correnteza nem a potência da onda. É ainda pior quando a praia é deserta. Quando tem surfista, antes de entrar eu observo o que eles estão fazendo e onde estão se posicionando.
Ali não tinha essa opção. “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Com licença Iemanjá. Que eu não morra aqui hoje. Amém”. Rezei e entrei. Para variar, a onda estava maior do que pensei quando olhei da areia. Mas, beleza. Respirei fundo e procurei controlar minha ansiedade. Logo eu entendi como a onda funcionava ali. Demorava, mas vinham umas boas.
O mar estava mexido e a correnteza estava forte. Então, foi cansativo. Rema pra lá, rema pra cá. E uns 40 minutos depois, com apenas duas ondas boas eu saí, exausta, porém feliz! Gostaria de ter tido mais tempo, mas o sol estava se pondo e no escuro seria impossível achar o carro. A gente ia acabar se perdendo naquele labirinto de cactos.
Aliás, tivemos que memorizar bem onde paramos o carro. Pois eram vários pequenos caminhos que levavam do estacionamento à praia. Então seria fácil se perder.
Aproveitamos os últimos raios de sol para nadar sem roupa. Itaquena é um bom lugar para fazer isso. Foi libertador. Já posso riscar essa experiência da minha bucket list!