Ooooi sumidxs! Engraçado eu falar isso, quando quem sumiu fui eu, né? Não vou encher vocês com explicações, falar dos meus problemas, nem nada parecido. Às vezes a nossa vida fica tão corrida, que a gente simplesmente não consegue dar conta de tudo. O que importa é que I’m back! E o que me motivou voltar a escrever aqui foi a aula de natação que eu fiz hoje, com foco no condicionamento para o surf.
Já faz 1 mês e meio que eu voltei a nadar. Eu estava há 25 anos sem fazer aula de natação, sem sentir aquele cheirinho de cloro diferente, que só as piscinas de natação têm. Tenho certeza de que foi o espírito olímpico que baixou em mim. Rs Tenho ido pelo menos uma vez por semana e já senti uma boa diferença no meu fôlego no mar.
O clube esportivo onde eu treino fica na Vila Olímpia, em São Paulo. Eu já tinha visto as pranchas lá e sabia que existia essa aula com foco no surf, mas já tinham me dito que, por conta da pandemia, ela estava suspensa. Para a minha surpresa, ontem à noite, quando estava agendando a minha aula de natação no aplicativo da academia vi a opção “surf”.
Ooopa! Era isso que eu queria! Eu não podia estar mais animada. Cheguei cerca de 30 minutos antes da aula. Eu acho que sofro de um mal chamado pontualidade ansiosa. Hahaha Quando fico muito empolgada com um evento chego cedão.
Sobre a aula
Primeiramente, não quero criar polêmica nem nada, mas os coleguinhas da aula de ‘natasurf’ são bem mais divertidos que a turma de natação tradicional. Longe de mim querer dizer que surfistas são mais legais que nadadores, mas são! Rs Brincadeiras à parte, é tudo uma questão de afinidade. A gente meio que fala a mesma língua, sabe?
Éramos cinco alunos, três rapazes e duas mulheres. Dividi a raia com um colega. Começamos com um aquecimento de 200 metros de nado livre. Depois o professor nos entregou um flutuador e passou um treino de apneia dinâmica. Eu nem sabia o que fazer com aquele treco. Nunca tinha usado um flutuador. Fiquei tímida (logo você, Marcela?) e em vez de perguntar ao professor, apenas copiei os coleguinhas. Descobri que o flutuador é para ficar entre as pernas, assim a gente não precisa bater os pés para se deslocar, apenas os braços. Mas isso eu só descobri depois de algumas voltas. Kkkkk
Essa parte do treino era assim: com o flutuador nas pernas a gente deveria dar o maior número de braçadas possível com o ar preso. Enquanto eu nadava só me imaginava girando numa turbulenta onda. “Será que eu conseguiria segurar o ar por tanto tempo assim no mar?”, eu me perguntava.
E olha que engraçado, durante uma pausa nos exercícios meus colegas compartilharam comigo que estavam pensando a mesmíssima coisa. Ufa, é tão bom não ser a única ansiosa! Veja bem, era a minha primeira aula de condicionamento para o surf e eu já estava pensando em como seria colocar tudo aquilo ali em prática no mar.
Ah, mas fala sério, é meio que impossível não pensar. Aliás, nessa aula a gente pensa e fala o tempo todo sobre o mar. O professor usa constantemente como referências situações que vivenciamos na água salgada.
Quando eu comecei a entender o exercício de apneia achei que já tinha dominado, veio mais um elemento surpresa: o paraquedas de natação. Outro negócio que eu nunca tinha visto, tampouco usado.
Com o acessório amarrado à cintura continuamos o treino de apneia em movimento. Como se não bastasse nadar prendendo a respiração, eu agora tinha um elemento que me dificultava o deslocamento. Fiquei com meio palmo de língua pra fora? Fiquei. Mas eu estava me sentindo uma atleta do CT com toda aquela 'infra'. kkkk
Eu costumo dizer que treino bom mesmo é treino intenso. Na real, treino bom é treino feito, né moçada? Mas podendo escolher, prefiro aqueles que a gente quase morre mas passa bem.
O exercício de explosão
Nessa parte do treino, já com as pranchas na água, ele nos preparou para acelerar ao sentir a aproximação da onda. Um exercício muito bacana! Eu estava com uma pranchinha 6.4, com bico bem fininho. Meus braços queimavam. E nessas horas mais complicadas, que os bíceps pediam arrego e os pulmões chegavam ao limite, eu lembrava de que era para isso mesmo que eu estava ali! Me fortalecer, ganhar fôlego e resistência para surfar melhor.
"Esta aula vai ser um divisor de águas no teu surf”, me disse o professor. E sabem de uma coisa? Eu não tenho dúvida alguma disso. Cansei muito nessa aula. Remei bastante e dei o meu melhor. Sei que nada substitui a água salgada e que não posso enganar minha mente, mas olha, meu corpo caiu direitinho nessa! Hahaha Ele acreditou que eu estava no mar. Eu saí meio moída, como se tivesse feito uma longa sessão de surf.
Na última parte da aula, disputamos quem chegava mais rápido até o outro lado da piscina, que tem 25 metros. Fizemos 3 vezes e fiquei ‘pau a pau’ com os meninos. Na última vez nos filmaram e pedi aos dois colegas que estavam na disputa comigo que me deixassem ganhar, para ficar bonito no vídeo. “Nem pensar! Para ganhar você precisa merecer. Aqui não tem essa!”, disse um deles.
Eeeeita que essa turma é do balacobaco! Nota da autora: caso você seja muito jovem, preciso te explicar que eu desenterrei essa gíria diretamente dos anos 90. Ser o balacobaco é o mesmo que ter uma qualidade excepcional.
No fim das contas eu acabei chegando em primeiro, mas confesso que parte de mim não acredita que foi uma vitória limpa. Creio que eles tenham me deixado ganhar. Até fiz uma enquete no meu Instagram. Foi bacana saber que apesar da minha autossabotagem, a turma que me segue por lá acredita muito em mim! A maioria disse que foi uma vitória justa.
Deixo aqui o vídeo desse momento, para que vocês tirem suas próprias conclusões.
Perceberam a minha carinha de criança feliz no final? Então, é sobre isso. Não importa qual atividade você faça. Ela tem que te fazer feliz. O surf provoca isso em mim. Estar perto da “minha tribo” me deixa alegre. Eu preciso dessa alegria e desses momentos lúdicos para deixar minha vida mais leve. Todos nós precisamos. =)